Ogum é uma divindade muito cultuada em diferentes partes do mundo, sobretudo em países da África e no Brasil. Mesmo quem não tem ligação religiosa com os cultos de matriz africana, certamente já ouviu falar desse orixá, tamanha é sua popularidade.
No entanto, uma coisa que a maioria das pessoas desconhece é a história de Ogum e qual a sua representatividade para os seguidores de religiões como o candomblé e a umbanda, por exemplo. Este artigo vai apresentar essas e outras informações sobre ele. Acompanhe a leitura para saber mais.
Quem é Ogum?
Ogum é um orixá com origem africana e está presente na mitologia daquele continente há muito tempo. As raízes de seu surgimento estão fincadas na região dos iorubás, território que fica na Nigéria. Os iorubás, no que lhe concerne, são um grupo étnico-linguístico formado por milhões de pessoas com ligação entre si devido à língua, cultura e história.
O termo Ogum significa “guerra” na língua iorubá e esse é um dos motivos dele ser conhecido como o orixá guerreiro. Outros nomes bem-parecidos também são associados à divindade, tais como:
- Logum:
- Gu:
- Oggún;
- Ologum;
- Ogoun.
Um traço muito característico dele, além de seu aspecto guerreiro, é o fato dele estar ligado à luta e ao trabalho, o que faz dele o patrono dos militares e também dos trabalhadores braçais.
Ele também é conhecido como o senhor da metalurgia, pois tem domínio sobre o aço e o ferro e também sobre todos os materiais que podem ser feitos com eles, como martelos, lanças, facas, ferraduras e enxadas.
Qual a história de Ogum?
A mitologia iorubá conta que, em algum momento no passado, os orixás e os humanos coexistiram na Terra, onde, os primeiros, eram seres divinos. Nesse cenário, cada um tinha suas características e habilidades.
Ogum, por dominar técnicas de fundição de ferro, era portador de ferramentas e armas das quais os outros não dispunham. Isso fez ele ser muito importante, pois ajudou os humanos a cultivar à terra para se alimentarem, já que tinha ferramentas para isso. Ele também ensinou aos humanos táticas de guerra e formas de caça.
Certa vez, em troca de compartilhar seus conhecimentos sobre o domínio do ferro, Ogum recebeu o título de rei de Ifé, um território presente na terra primordial onde orixás e humanos viviam juntos. Certo dia, porém, ele foi destituído do poder pelos outros orixás porque, depois de um dia de caça, voltou para casa com a aparência ruim (sujo e com roupas rasgadas).
Isso foi suficiente para seus súditos ficarem com uma impressão ruim e consequentemente perder o título de rei.
Depois desse episódio, tomado de ressentimento, Ogum partiu para um lugar chamado Irê e construiu sua própria casa e passou a ser cultuado por todos desde então.
Quais as características dos filhos de Ogum?
Quem é filho de Ogum possui como principais características: impulsividade, força física, irritabilidade, imediatismo e fidelidade a seus valores. Além disso, elas também são consideradas pessoas muito determinadas, briguentas e com aptidão para os esportes, sendo esta uma maneira de direcionar toda sua energia.
Qual o conceito de Ogum?
Por ser cultuado em diferentes lugares do mundo, o conceito de Ogum varia um pouco. No Brasil, por exemplo, ele é comumente associado a características como ferocidade, guerra e violência.
Na África, por outro lado, está muito mais ligado à caça, à justiça, à figura de provedor e também a alguém que cuida da tribo. Esses desencontros conceituais tem tudo a ver com o ambiente em que foram desenvolvidos.
No Brasil, esse orixá era muito cultuado pelos escravos, o que os faziam vê-lo como a representatividade de aspectos necessários para combater sua situação de subjugado (como a violência).
Em terras africanas, o orixá guerreiro é mais considerado um ancestral comum a todos os iorubás. É muito importante pontuar, entretanto, que não existe exatamente uma forma errada e outra certa de enxergar as divindades africanas. O que há de fato são leituras diferentes baseadas na conjuntura social e vivência de cada povo.
