Como é o panteão dos deuses africanos?

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Não é de hoje que o grande público não só desconhece, como acaba mal-interpretando o panteão dos deuses africanos. Contudo, esse vasto mundo de mitos, lendas e crenças é muito mais do que é costumeiramente visto pela grande sociedade, especialmente no Brasil, onde a cultura africana possui uma raiz forte, mas que também sofre com seus tabus e preconceitos.

Pensando nisso, aqui separamos mais informações sobre o grande panteão dos deuses africanos, não somente para o grande público conhecer melhor sobre essa cultura como, também, entender que ela é bem mais rica e diversa do que aparenta.

O panteão dos deuses africanos

Sendo trazido para o Brasil durante a época da colonização, a cultura africana, junto com a crença yorubá, possui um panteão dos deuses africanos com mais de 400 divindades. Mesmo com esse número significativo, cada um dos deuses possui características e significados únicos, o que torna as religiões de matriz africana ainda mais complexas e fascinantes.

Como são nomeados os deuses africanos?

Embora possua um deus supremo, Olorum, as demais divindades do panteão dos deuses africanos são conhecidas como Orixás, que são deuses que controlam o mundo, além de serem intermediários entre os homens e Olorum.

Na África era comum que os Orixás fossem nomeados a partir da região em que eram cultuados ou da família ao qual estavam ligados. No entanto, quando foram trazidos para o Brasil, devido a separação das nações e proibição ao culto dos deuses originais dos escravizados, o formato de culto no Brasil seguiu por um outro caminho e aos Orixás já não eram vinculados ao local e sim as características que compartilhavam com aspectos da natureza.

Quais os mais populares deuses africanos?

Ao chegarem no Brasil, muitos dos povos de origem africana cultuavam os Orixás, que até hoje são conhecidos e possuem fiéis, sobretudo no estado da Bahia, onde a cultura e religião africanas têm uma maior influência.

Quais os mais populares deuses africanos?
Deuses africanos. Fonte/Reprodução: original.

Dentre os mais conhecidos do panteão dos deuses africanos, estão Exu, Oxalá, Ogum, Iemanjá, Oxum, Iansã e Xangô. Alguns destes, inclusive, já foram citados em diversas produções nacionais, como livros, novelas, filmes, músicas, dentre outros.

O que os deuses africanos representam?

Em resumo, cada Orixá representa um elemento da natureza e a relação desta com os seres humanos.

Veja alguns dos mais famosos contos sobre o panteão dos deuses africanos

Assim como as demais religiões, o panteão dos deuses africanos possui suas lendas e histórias, algumas delas bem mais conhecidas do que outras. Aqui no Brasil elas foram mantidas vivas e disseminadas através de religiões como o candomblé e a umbanda, que são originárias da cultura africana.

A criação dos homens

Sendo um dos contos principais em todas as religiões, a criação dos homens, segundo a religião africana, dá a Oxalá o título de pai dos seres humanos, que não nasceram já na primeira tentativa. Na verdade, o Orixá tentou criar o homem usando água, ferro, madeira, fogo e até ar, contudo não chegou ao resultado esperado. Após sugestão de Nanã, outra Orixá que habita os mangues e pântanos, o barro foi utilizado por Oxalá, finalmente dando origem aos seres humanos.

A separação dos mundos

Outro conto importante do panteão dos deuses africanos acontece após a criação dos homens, que viveram por muito tempo no mesmo plano que os Orixás. Porém, cansado da imundície dos homens, Olorum decidiu separar os mundos, com Aiê sendo a Terra, e Orum o mundo dos deuses, e nenhum dos dois deveria se misturar.

Contudo, os Orixás buscaram a permissão de Olorum para poder conviver com os homens novamente, já que gostavam das aventuras que viviam. O deus supremo permitiu, porém os Orixás só poderiam voltar a Terra de tempos em tempos e o fariam através dos corpos de pessoas devotas.

O mito de Onilé

Narrando como a divisão das riquezas do universo aconteceu, a história conta que Olorum convocou uma reunião com todos os Orixás, para que fosse feita a entrega das riquezas para cada um, que já havia escolhido o que queria.

Contudo, Onilé, filha de Olorum, não estava presente no encontro, por conta de sua timidez. Para se esconder, ela cavou uma cova dentro do palácio do pai, que ao vê-la vestindo a própria terra, a concedeu o governo por todo o planeta Terra.

Quem é o deus africano mais poderoso?

Embora não seja um dos mais conhecidos, Olorum é, dentre todo o panteão dos deuses africanos, o mais poderoso. Sendo o criador de toda a existência, e inclusive dos demais Orixás, seu nome significa “Dono do Céu”.

Com histórias fascinantes e encantadoras, o panteão dos deuses africanos com o tempo deve deixar de ser visto com maus olhos pela parte da sociedade que ainda julga essa religião sem conhecê-la. Isso vem acontecendo, principalmente com muitos tabus sendo quebrados através da cultura pop e da digitalização da informação.

Entender esse universo, mesmo que você não seja devoto do panteão dos deuses africanos ou das religiões que os cultuam, é entender parte importante da cultura do nosso país, além de ser um passo em direção ao respeito da fé alheia.

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